Archive for the ‘Diversos’ Category

Passeie pela Roma antiga

novembro 13, 2008

Olá caríssimos. As coisas estão corridas por aqui e, em breve, teremos uma nova versão do site (o que deve nos desculpar pela ausência). Mas vamos voltando.

O Google disponibilizou um novo modo no seu já famoso Google Earth. É o modo “Roma Antiga em 3D”. Ele permite um tour virtual em 3D por Roma antiga, inclusive com a vista de dentro de várias edificações. O projeto foi feito em parceria com a Universidade de Virgínia e o resultado é impressionante:

Vale muito o download. Clique aqui para saber mais e baixar o programa.

Até

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Migalhas eleitorais

outubro 14, 2008

Fallacies do not cease to be fallacies because they become fashions.
G. K. Chesterton

Desde ontem, dia do debate entre os dois candidatos à prefeitura de São Paulo, fervilha na internet uma pletora de comentários sobre a “tensão”, os “ataques” e outros clichês jornalísticos que servem bem para esconder a falta de dois ou três dedos de espessura reflexiva.

Não vou apontar links para este ou aquele comentário porque simplesmente não há necessidade. A esmagadora maioria gira em torno do fato de a candidata do PT ter levantado questões sobre a vida pessoal do candidato adversário. É sobre isso que quero dar uma ou duas palavras:

1. Do ponto de vista eleitoral, a estratégia de Marta (ou de sua equipe) não foi acertada. Certo está Kassab ao dizer que o povo não quer saber disso, mas sim das propostas que são o que verdadeiramente interessam para a cidade. Assim, talvez venha daí o impulso decisivo que pode levar o atual prefeito à reeleição.

2. Por isso que é possível dizer claramente que quem erra, para além das questões eleitorais, é o povo. Se a posição de Marta é errada para os fins a que se pretende, a do povo, em geral, é moralmente errada. Note-se bem que não interessam aqui quem são os candidatos ou suas posições nas pesquisas. O que é fundamentalmente incorreto é o tipo de reflexão e julgamento por trás de toda essa história.

Todo esse acontecimento só vem reforçar a falácia que tem como princípio uma bizarrice modorrenta, a saber, que política e valores estão radicalmente separados. Só tolos devoradores de notícias jornalescas tomam esta ruptura como óbvia. Quero tomar outro exemplo tirado dos fatos do dia: ontem, na parada gay do Rio, o candidato Fernando Gabeira assinou uma carta de intenções dizendo que, caso seja eleito, “a prefeitura reconhecerá a união civil de pessoas do mesmo sexo para efeitos de pagamento de pensão e benefícios decorrentes aos servidores do município”.

Novamente, não interessa o fato em si, mas o valor de fundo. A assinatura do candidato, que exprime um compromisso quanto a um possível projeto de seu mandato, tem raízes profundas nas convicções e valores pessoais de Gabeira que, obviamente, terão um desdobramento em sua administração pública. Ora, para quem, também por valores pessoais, rejeita tal projeto, é de extrema importância saber o que pensa o candidato, não apenas em relação a políticas públicas mas em relação às opções valorativas que se desdobrarão em tais políticas. Ainda que ele não tivesse tornado seu valor um fato público, por meio da assinatura, eu poderia achar altamente relevante saber o que pensa o candidado acerca de valores que prezo ou des-prezo.

3. Em São Paulo, um ex-jogador de futebol foi eleito para vereador. O mote de sua campanha era “corinthiano vota em corinthiano”. O vereador Dinei tem razão. As pessoas são bastante receptivas a este tipo de argumento quando o espírito de corpo se dá entre membros da mesma classe, seja ela de torcedores ou, num outro nível, de profissionais, habitantes do mesmo bairro etc. Ninguém acha absurdo um médico que vote em médico ou um professor que vote num colega. Sem falar das assim chamadas “minorias”. O argumento é altamente utilizado numa eleiçãozinha aí, lá pelo norte das Américas… Mas quando essa comunidade se dá em torno de certas práticas ou valores, como por exemplo os religiosos, o eco se transforma automaticamente em “ideologia” ou estupidez pura e simples.

Como é previsível, o que subjaz nestes casos é aquela cisão a laser entre política e valores. Mas então, é realmente proibido pensar nisso porque o povo não está interessado???

G.

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Quando o luxo vem sem etiqueta…

agosto 4, 2008

O cara desce na estação do metrô de NY vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.

Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes, ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.

Alguns dias antes Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares.

A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.

A conclusão: Estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife.

O vídeo da apresentação no metrô está no You Tube:

Rapidinha – Marte

maio 20, 2008

Dia 25 de maio, mais conhecido como domingo próximo, a NASA pousará a sonda Phoenix em Marte, com quatro objetivos principais:

– Determinar se pode haver vida em Marte;

– Caracterizar seu clima;

– Determinar aspectos geológicos;

– Preparar futuras expedições tripuladas.

O mais interessante é que será possível ver ao vivo o pouso da sonda, pelo site da NASA TV (12:00h, horário de Brasília).

– Veja o site da missão, com seu blog, aqui.

GFS

Da série: momentos antológicos da política brasileira

maio 8, 2008

Caríssimos.

Abaixo, texto enviado a nós.

Olá amigos,

ontem em meio ao caso Isabella (a grande novela da vida real), o caso Doroty (inaceitável) temos também o depoimento de Dilma Rousself (ministra da casa civil). Nos noticiários talhou-se partes importantes do pronunciamento e este foi tão emblemático que confesso ter sentido até um certo enjôo (real). A ministra responde a uma pergunta do senador agripino maia (demo) que faz uma sórdida comparação com momentos do regime militar e a atuação da ministra na época com 19 anos.

(há uma edição tendenciosa neste vídeo mas é o único com a pergunta no ponto central que resultará numa resposta histórica).

A segunda parte da pergunta da pergunta é retórica, mas está ai pra quem quiser ver:

Em seguida vem a resposta com momentos de emoção, a voz tremula. o recorte é sem dúvida uma síntese do papel da oposição, claro e cristalino, o exercício do pensar. no meio, aplausos, pois é possível
sentir o constrangimento no ar. a imagem dos lideres da oposição, lado a lado, envergonhados escutando a resposta bofetada com educação (educar, neste caso, literal). e por fim a última frase emblemática…

Amigos, só tenho a dizer que é lamentável ainda se achar que existe uma oposição ideológica, ela é classista não há dúvida.

Grande abraço.

Serguei
Fotógrafo

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Não consigo entender…

abril 16, 2007

– Infraero ou Infrashop? Essa pergunta já está há anos na boca dos passageiros, e já eram comentadíssimas as “possibilidades” de corrupção nesse setor “deste país”. Quem não sabia? Precisou um tilt dos controladores de vôo para que o assunto viesse à tona? Os jornalistas estavam carecas de saber a respeito. Por que o silêncio até então, e o rúido só agora? Não entendi…

– Também não entendi essa história de pesquisa sobre aborto, sem mais nem menos…. estatísticas? Bom, por que fazê-las agora? Quais os critérios? Que perguntas foram feitas para a obtenção de respostas? O assunto está sendo discutido em seus meandros? Nâo, nada foi discutido… A quem interessa a lebre? – E a pena de morte…. está na cabeça de todo mundo o sim ou não, mas não há discussão a respeito, não há ampliação para refletir, logo, fazer estatísticas não significa nada. Ou melhor, devem significar algo para quem se propôs a fazê-las e publicá-las. Por que agora? Por que jogar nos leitores (ou ouvintes) essas estatísticas sem eira nem beira, soltinhas, sem respaldo crítico anterior? Não serão artigos aqui e e ali que trarão a discussão ao nível geral. A lebre sempre existiu. Por que estão levantando a pobre, agora?

– Não me diga!!! o desembargador preso na Operação Hurricane (José Ricardo Siqueira Regueira) não gostou de ficar em cela conjunta!!! Mas, para formar equipe de bandidagem ele gosta de companhia? Tome tenência, moço!

– Então, a Embaixada Francesa está preocupada com os turistas franceses aqui, no Brasil. É, devem ficar mesmo. Devo dizer que, desta vez, não podemos afirmar que o que acontece aqui também acontece lá. Não, não acontece. Quando os EUA disseram a mesma coisa aos seus turistas, poderíamos ter revidado: também lá as coisas não correm bem. No entanto, quando vamos ao Nordeste e vemos o mundaréu de turistas alemães, italianos e também suiços, franceses, etc., correndo atrás da prostituição e da droga que por lá graça, sabemos que só há mercadoria onde há fregueses, e que a mercadoria só aparece quando o mercado exige, não é? Alguém tem interesse em comprar uma peteca que eu fiz para enfeitar meu escritório? E agora, José?

– O raciocínio acima vale para a exportação de madeira das florestas – e a corrupção que a envolve – a países “do pirmeiro mundo”. Onde há fregueses… há mercadoria. A hipocrisia está num nível assombroso, não é mesmo?

– E o efeito estufa? Bom, até agora não estou muito consciente sobre isso, apesar da carga pesada que me jogam em noticiários, falados e escritos. Acho que é lerdeza minha. Gostaria de ouvir um belo debate entre profissionais do ramo – sem ecologistas -, para me explicarem a questão das explosões solares, a questão da geografia, a questão da economia, a questão das placas continentais e sua movimentação … e também o efeito estufa. Será que a TV Cultura de SP, por exemplo, a quem pagamos do nosso bolso, não teria a brilhante idéia de criar esse debate?? Estão esperando o quê? Que a vaca não mais venha a tossir?

Outro dia tem mais (e hoje mais teria, porém o dever me chama).

R.Gazolla

MULHERES…. Dia Interncional?

março 8, 2007

Hoje, Dia Internacional da Mulher, tenho que escrever algo, me parece… Porém, encontro nos jornais e nos noticiários da TV essa história de “feministas”. Se separarmos a época da queima dos soutiens nos EUA e de alguns comícios pedindo certa igualdade social para as mulheres no mundo do trabalho, o que é, afinal, “feminismo”? Hoje, não tenho a mínima idéia. Naquela época foi uma novidade…Dizer que o cérebro masculino é diferente do feminino por isto ou aquilo; dizer que mulher é mais intuitiva do que o homem; dizer que (essa é nova!), mulher é menos engraçada do que homem; dizer que… e por aí vai… é uma bela asneirice à la Emilia, do Monteiro Lobato. Não quer dizer nada, não serve para nada, não ajuda em nada, porque o caminho das pedras não é por aí.

Sem pretensão de ensaio, e drasticamente resumindo o que penso, historicamente a mulher é parideira, mantenedora da raça (qualquer raça). É, em alguns povos, artesã, plantadora, etc., e não caçadora. Em outros povos também caça, enquanto os homens também plantam… Historicamente, ela tem funções relacionadas ao que hoje chamamos de “casa”, e os homens ficaram com as funções a que hoje chamamos de “políticas”. Historicamente, há grupos que misturam tudo isso.

Então, o que fica mesmo de específico é que a mulher é parideira e o homem não, apesar de sem ele não se poder parir.
Claro que a noção de “casa” mudou muito ao longo dos séculos, de modo que não está muito claro o que significa a mulher ser mais “do lar “, como gosta de dizer um amigo meu, unindo as duas expressões (“dolar”). Quando a familia – como a imaginamos hoje – surgiu, as funções femininas eram melhor delineadas, mesmo porque, se a mulher não cuidasse da casa, da criadagem quando houvesse, dos filhos, da educação deles e otras cositas más, os homens não poderiam fazer o que faziam fora de casa. Mas, isso são águas passadas. E não vale para os pobres, pois todos trabalhavam, homem, mulher, filhos…

Grandes familias, de grandes fortunas – um resto persistente da familia burguesa e sua saga – ainda mantêm, nestes tempos de neocapitalismo, esses pilares de poucos séculos atrás, e a mulher tem funções relativamente definidas. Só nesses núcleos os valores do imaginário feminino enquanto “cuidadora da familia” ainda valem. E, claro, naquelas familias que copiam a qualquer custo esse final da grande familia burguesa, e que são as “imitações pequeno-burguesas” das grandes familias.
Desculpem a linguagem aparentemente ultrapassada (burguesa, pequeno-burguesa…), mas as estou usando no sentido de raiz e não como discurso “assembleístico”.

Ora, tudo isso é para dizer que nós, mulheres, estamos à deriva quanto ao imaginário sobre nós mesmos, sobre funções, sobre feminilidade, feminismo, familia, filhos, et caterva…. Não nos iludamos! Afora os hormônios e o parto pouco sabemos de nós mesmas. E vs podem pensar que também os homens nada sabem sobre si mesmos, e eu concordo, mas não há Dia Internacional do Homem., então, vou fazer de conta que um não é espelho do outro para conhecimento mútuo, mas sabemos que são, certo?

Procuram-se novos adjetivos para a mulher. Quem procura? Homens, em geral, e mulheres que não têm consciiência crítica sobre si mesmas. Aparecem grupos “feministas” a favor do aborto, a favor da equidade em salários, na busca de apoio estatal para creches, escolas, etc., do contrário as mães não podem trabalhar. Certíssimo! Mas, por que um grupo se forma como “feminista” para tais exigências que são, na nossa época, ideologicamente corretas e universais?

Bem equiparando, imaginem o “movimento estudantil” ir às ruas para exigir que não se mate mais?! “Movimento estudantil”? Ora, é um nome que um grupo e a mídia adotam para forçar a existência de um rosto social, mas todos estaríamos dentro do tal “movimento estudantil”, uma vez que não matar é algo desejado universalmente. Nessa lógica, criar grupo “feminista” para exigências universais é um tanto incongruente … Já sei, vou sofrer pauladas por tais afirmações.

Assim, só para lembrar que os nazistas exaltaram o “Dia das Mães” nos seus discursos pátrios, e os homens de hoje criaram o “Dia Internacional da Mulher”, e se há uma ideologia clara na exaltação do primeiro (“Dia das Mães” no nazismo), pergunto qual a ideologia que está no segundo (Dia Internacional da Mulher”)? Tenho direiito à pergunta, não? Já pensaram? Eu tenho minha leitura. V tem a sua?

Sinto muito, mas minha impressão é de que há um engôdo a mais que se criou em nossa história, e é um engôdo bem forte. Tão forte que eu mesma estou escrevendo estas coisas no “Dia Internacional da Mulher”.

R.Gazolla
*Em tempo: a maior asneira que li hoje foi o suplemento da Folha (Mulher) dizendo que “…as feministas brasileiras estão diante de um novo desafio: rejuvenescer ou perecer.” Há uma crítica a tal palavra de ordem, mas a primeira pergunta – que vicia todo o conteúdo do suplemento – é: de que feministas (se existem) se está falando? onde estão essas “!brasileiras”? De onde retiraram esse tal de “desafio”? Ei… vs estão brincando comigo???

Umas e outras

março 1, 2007
É impressionante o que o nosso bloguista de plantão, Gabrirel Ferreira, oferece no link de seu último texto: uma visão das explosões solares. Desde 1996, os problemas cosmo-terrestres, gravíssimos, estão pautando aqui e ali algumas revistas científicas. Um pouco disso a mídia nos passa. Claro que na sua simplicidade (no mau sentido), ela bate na questão do “efeito estufa”, mas sabemos que não se trata só disso. Parece que deixar de queimar matas, cuidar da emissão de gases poluentes está relativamente dentro de nossa capacidade de transformação – e assim mesmo, que dificuldade, hein!. Já meteoro que se encaminha na direção exata de nosso belo planeta, as explosões solares acirradas nos últimos dez anos (pelo menos que contamos em nosso pobre calendário humano), as bombas atômicas que explodem há décadas abaixo da terra e abaixo do mar provocando, depois de algumas semanas, terremotos em lugares distantes (distantes??? em nossas medidas, não é?), bem, isso tudo fica meio na superfície das notícias. Talvez seja melhor não pensar muito…. e olhar o prefeito de São Paulo nos seus rompantes…
Hugo Chávez está errando a mão nas últimas ações que vão além dos discursos. Como já disse antes, uma coisa é o discurso para a “classe” a, b, c,d ou o que quiserem. Outra coisa é agir … como Evo Morales e Lula e outros presidentes que têm discursos e ações variadas para estamentos sociais variados em ocasiões variadas. Chávez também faz isso. No entanto, se mostrava as manguinhas com certo pudor antes da última eleição, agora está se afastando de uma possível convivência latino-americana ao fazer valer com entusiasmo a censura e imaginar um discurso/ação próprios para criar sua própria geopolítica global. Hum… que deu na cabeça desse militar? A Venezuela é pobre, muito pobre. A diferença entre os estamentos sociais é muito, muito grande. Se achamos que aqui, no Brasil, a coisa é feia, façam um passeiozinho até a Venezuela… e só lancem uma “mirada”.
Quem assistiu o filme Babel viu o que significa uma arma (qualquer) e a rede de problemas que ela provoca. Uma arma em cada uma das histórias é suficiente para uma explosão de sentimentos, desde a rara amizade até a mais comum das emoções – muito primitiva, aliás – que hoje mais se vive: o medo. O medo provoca a fuga de “algo”, sem que se possa pensar nesse “algo”, o medo bloqueia o pensamento, bloqueia o homem como propriamente humano, apaga tudo o que aprendeu, à custo, com a civilização, retira os critérios, retira a identidade. Não foi sem razão que S.Freud, no “Futuro de uma Ilusão” está tão desconfortável com o tal “retorno do reprimido”. Leiam esse texto, ao menos por curiosidade.
É, a mídia é importante Gabriel Ferreira, nosso bloguista, mas… sua importância está limitada em informar, e não tem sidos assim. Criamos uma aura dourada em torno do que chamamos de “liberdade da imprensa” e, agora, ela faz a cabeça, entorta, desentorta, aquece, esfria, mente e… nós atrás. Nosso cérebro parece que está fundindo, a exemplo do Sol ( e aqui fecho o que tenho a dizer com o começo deste texto) que, se fosse imaginado como um cérebro, está fundindo.
Prometo que dia desses tentarei falar do amor, da amizade…. Tentarei…
R. Gazolla

Minha alienação confessa! Olá, pessoas do site I…

dezembro 10, 2006

Minha alienação confessa!

Olá, pessoas do site Instituto Hypnos!

Estou gostando das pílulas semanais. Uma lástima que a Prefeitura não leia nosso site, nossas pílulas… Como fazemos para que alguém de boa vontade venha a ler o que pensamos sobre os transportes públicos? E sobre os banners, outdoors, etc..? Afinal, são opiniões cidadãs. Tem toda razão Gabriel Ferreira, nosso bloguista de plantão.

Mas, eu gostaria de falar sobre uma coisa interessante. Fiz uma experiência e estou há 15 dias (um pouco mais) sem ler jornais. Pois é. Vez ou outra vejo um noticiário na TV. Pouco. E, o que ocorre com minha cabeça? Do que sinto falta? Bom, honestamente, vou contarfo que tenho na cabeça após 15 dias “fora do ar”:

– sei que as chuvas, uma vez mais, atrapalharam a vida do paulistano;
– sei que o trânsito está um loucura; aliás, nem preciso ler para saber;
– sei que as compras andam bem, todo mundo na rua comprando, sinal de que há dinheiro para isso;
– não sei nada sobre o governo Lula….
– não sei nada sobre o Oriente Médio…
– não sei nada sobre a potência que nos acultura mais de perto, EUA.
– sei que a Bolsa não está mal, que o câmbio não está mal (não precisaria ler para saber
– não sei como andam os cinemas, os teatros…. (ah, gostaria de saber!)

Conclusão:
– minha vida continua a mesma, problemas e alegrias também., Ela é feita de minha relação comigo mesma e com meus amigos e familiares. Como sou professora universitária, também com meus colegas e alunos.

Aliás, dada minha profissão, aprendi nestes 15 e poucos dias, numa leitura de tese (que faz parte de minhas obrigações profissionais), que há inúmeros relatos de padres que estiveram aqui, no século XVI (eu disse inúmeros…) quanto à existência , à época, das chamadas Amazonas, mulheres “membrosas”, guerreiras, “altas e alvas”, lá pelo interior das matas da hoje chamada Floresta Amazõnica.
Muitos desses viajantes contam que viram as tais guerreiras, parceiras de alguns habitantes das margens do atual Madeira-Tapajós, e que depois da luta elas voltavam ao interior da mata onde viviam. Os detalhes são impressionanters: além de altas e alvas andavam nuas, somente escudos e flexas “tapando as vergonhas”, e pareciam ter um só seio (provavelmente, penso eu, um deles era tapado por correias para segurar o escudo ou algo assim, não?). Tinham longos cabelos que trançavam no alto da cabeça. E há mais descrições incríveis… Diziam os relatores que, segundo nativos que acompanhavam esses espanhóis navegantes dos rios, e que iniciavam suas viagens desde os atuais Perú,Colômbia – pasmem! – que elas se diziam descendentes desses homens vindos da Europa. O nome do rio Amazonas vem delas…

É isso que tenho a contar a vs depois de 15 dias (um pouco mais) sem ler jornais e assistindo muito pouco os noticiários.
E você? O que me conta? Vc que leu jornais e assistiu noticiários? O que ficou de importante? É séria a pergunta, e gostaria de saber. Escreva para o nosso site.

R.Gazolla

::: Filme – Big Fish ::: O filme não é propri…

setembro 9, 2006

::: Filme – Big Fish :::

O filme não é propriamente novo – é de 2003 – mas, ao menos para mim, acabou por passar despercebido nas prateleiras repletas de filmes com acontecimentos caóticos, atores e atrizes no ápice da forma física e outros elementos que, juntos, conceituam o “produto da indústria cultural”. Mas Peixe Grande, de Tim Burton, a partir do texto de Daniel Wallace, é realmente singular. Ele retoma, com ingenuidade pungente, aquilo que desde Walter Benjamin e seu “O narrador”, somos conscientes de esquecer: a atividade de contar histórias e a força das narrativas.

Que a ingenuidade da qual falara não sirva de obstáculo; ao contrário, deve ser estímulo. A trama, por vezes desgastada, do pai-que-conta-histórias-ao-filho é aqui elevada a outro plano. A mania – quase ao sentido grego – do pai em contar histórias e sua constante fusão delas com a realidade, acaba por irritar o filho, já moço e recém-casado, a ponto de distanciá-lo quase que definitivamente. Entretanto, por conta de algumas contingências, destas que em toda boa história são necessárias, o filho-homem submerge na vida pregressa do pai e, por conseguinte, em seu universo fabuloso, quase mítico, que coloca em xeque o papel que a própria noção de Real desempenha na existência: esta chega quase a sucumbir nas cenas da premente morte do pai que, solenemente a ignora porque em determinada narrativa sobre seu passado, tivera a oportunidade de ver o modo que partiria da vida e podia armar-se então da convicção de que este não era seu final. A idéia de existência-fábula reforça então aquela do existente auto-engendrado de algumas filosofias do século XX, mas pelo viés do narrador, que não tenta dominar à força o curso da narrativa com uma responsabilidade angustiante mas, ao contá-la, dança com seus ouvintes no diálogo que culmina em beleza e maravilhamento. Com final singelo e primoroso, Peixe Grande alcança, ele mesmo, o status de narrativa capaz de instigar os sentidos e o pensamento.

Veja a ficha completa do filme aqui.

GF.